Uma comparação
É interessante notar como pessoas de realidades aparentemente opostas podem muitas vezes chegar a intuições semelhantes sobre a vida. Exemplifico:
Tolstói, em seu gigantesco Guerra e Paz, mostra quão fúteis podem ser nossos planos e teorias quando confrontados com uma situação complexa. O General Kutuzov, por saber que durante uma batalha reina o imprevisível, prefere na véspera do combate ter uma boa noite de sono do que perder tempo com planejamentos e estratégias.
Da mesma forma, Magnus Carlsen, campeão mundial de xadrez, declarou durante um jogo transmitido ao vivo pela internet:
— Não tenho nenhum plano, mas que importa? Planos são superestimados.
Na copa de 58, o Brasil iria enfrentar a Rússia. Durante a preparação para a partida, o técnico brasileiro explicou ao time seu plano intrincado e mirabolante para derrotar o adversário. A pergunta que então fez o jovem Garrincha entrou para a história:
— Mas o senhor já combinou com os russos?
Por último, lembro-me de Mike Tyson que talvez tenha alcançado a forma mais condensada e poética desta mesma verdade:
— Todo mundo tem um plano até levar um soco na boca.